Poema pós greve

Não resisto a deixar este poema de BRECHT

Enquanto você estiver vivo, nunca diga: jamais! 

O regime vigente não é seguro. Não é imutável.

Quando os opressores falarem, os oprimidos também falarão.

Quem se atreve a dizer: jamais?

De quem é a culpa se a opressão persiste? De nós.

Quem a destruirá? Somos nós.

Você está abatido? Levanta-te!

Você pensa que está perdido? Ao combate!

Você se considera um desgraçado? É o momento de marchar!

Os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã.

E o "jamais" se transforma em: hoje!

14 DE NOVEMBRO GREVE GERAL

A GREVE é uma excelente forma de luta. Portanto vamos fazer uma grande GREVE GERAL, no dia 14 de Novembro, não comparecendo nos locais de trabalho os trabalhadores no ativo e todos,todos incluindo aposentados, pensionistas e desempregados através de concentrações, esclarecimento e sem qualquer tipo de consumo. Vamos mostrar que somos necessários e que sem os trabalhadores o País para.
VIVA A GREVE GERAL DE 14 DE NOVEMBRO.

5 de outubro de 1910, implantação da República

Não poderia esquecer este dia particularmente triste, com um país destroçado e governantes submissos ao grande capital, hipócritas e mentirosos que, este ano,o eliminaram do calendário dos feriados. A última celebração da implantação da República fez-se à porta fechada, sem a colaboração alegre do Povo (apenas a revolta desesperada de uma senhora) e até com a bandeira portuguesa hasteada ao contrário. Tal é a desorientação deste desgoverno. Mas um raio de esperança surgiu na voz de uma cantora lírica ANA MARIA que, inesperadamente, canta "FIRMEZA" de FERNANDO LOPES GRAÇA e sai do recinto de cabeça bem erguida. Não houve coragem para a intercetar. A bandeira de Portugal está de luto, mas a resistência e luta dos portugueses voltará a erguê-la, bem alto, como uma homenagem gloriosa ao futuro que por suas mãos será construido.

LUÍS VEIGA LEITÃO

A leitura do AVANTE fez-me recordar, com muita saudade, o HOMEM, o AMIGO, o CAMARADA. Por isso aqui deixo esta pequena homenagem que não consegue abarcar a sua dimensão embora pretenda significar quanto o admirava, como pessoa e como poeta. Não posso esquecer a sua extaordinária figura, de cachecol branco esvoaçando, sempre com um sorriso e palavras de amizade.Por isso a sua presença física pressente-se entre nós, apesar de nos ter deixado já há muito tempo.

29 de setembro

Não tenho palavras para descrever o que foi a manifestação da CGTP em 29 de setembro. Não pude estar presente por motivos particulares, mas a todo o momento me iam chegando notícias da sua grandiosidade, que me enchiam de alegria e emoção, com a certeza de que se cumpririam as palavras "Isto vai, camaradas, isto vai", de um poema de Ary dos Santos. Deixo apenas uma imagem, que fala por si.