ALENTEJO, MEU AMOR

Estive 3 dias no Alentejo. Cheguei cansada, mas encantada.
Quem nunca lá foi não faz ideia das potencialidades daquela região.
O Alentejo tem tudo desde a arte à própria água(a zona de Alvito possui das maiores reservas de água subterrânea da Península). Tem ótimas condições para a cultura da oliveira,de que os espanhóis se vão apropriando por falta de iniciativa dos nossos proprietários que preferiram gastar os fundos comunitários em benefício próprio,assim como para o sobreiro, pinheiro, azinheira e outras árvores. A pecuária seria outra riqueza, com destaque para o porco preto que come a bolota em Portugal e é comercializado por Espanha. Tem o Cante Alentejano reconhecido já por Ramalho Ortigão,tem Alqueva que resultou de uma luta contínua de dezenas de anos e que deveria ser essencialmente usado para rega.Teve a Gloriosa REFORMA AGRÁRIA que levou ao assassinato de dois trabalhadores em consequência da luta pela manutenção das suas conquistas, teve Catarina, tem extraordinátia riqueza artística visivel na ROTA DO FRESCO, tem um Povo forjado na luta mas obrigado a emigrar porque lhe roubam a sua Terra, tem a vinha e o bom vinho(visitei na Vidigueira uma grande e moderna Cooperativa).E tem o queijo e o melhor pão do Mundo. Tem um riquíssimo subsolo e uma enorme riqueza arqueológica. Tem História e, para além disto tudo e de mais coisas que estão escondidas na minha memória,o Alentejo é lindo, mas desprezado. Só pessoas de má fé poderão dizer que é pobre e desértico.É uma das grandes riquezas deste nosso Portugal que os governantes condenaram à penúria por abandono dos seus recursos.

Para terminar ,dois versos da INTERNACIONAL

"Se nada somos neste mundo,

Sejamos tudo oh! produtores".
Continuemos, sem recuos nem esmorecimentos,a LUTA por um Portugal feliz e livre."

Nota

A imagem representa a porta da casa do ex-padre Fanhais,com motivos manuelinos, em Alvito