BOAS VINDAS


Este é um blogue modesto mas, com ele, pretendo homenagear personagens e ideais que me fascinam




segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O TERREIRO DO POVO



No passado dia 11 o TERREIRO DO PAÇO transformou-se num glorioso TERREIRO DO POVO em luta contra a política que está a conduzir Portugal à miséria e à morte. E digo à morte porque o aumento dos preços dos medicamentos, as taxas moderadores, a falta de ambulâncias, o fecho de Hospitais, a desertificação do interior, a diminuição da verba atribuída à saúde, a alimentação deficiente, a colaboração com as guerras do Imperialismo... enfim todas as medidas que obrigam o Povo a pagar a crise de que não é responsável, são  a causa da ausência de condições mínimas de vida. É necessário urgentemente uma nova Política. Não basta clamar por OUTRO GOVERNO. É preciso exigir NOVA  POLÍTICA .
Eu julgo que o POVO começa a acordar e que o nosso PAÍS, pela  força  da sua tomada de consciência , fará recuar todos os traidores aos ideais de ABRIL.
LUTEMOS POR MAIOR JUSTIÇA SOCIAL, COM FORÇA E DETERMINAÇÃO. 
SÓ DESEJO QUE ESTE APELO  SEJA ENTENDIDO POR TODOS OS PORTUGUESES E PRINCIPALMENTE PELA JUVENTUDE QUE SERÁ A GRANDE VÍTIMA DESTA CATÁSTROFE SOCIAL.
Junto ainda uma pequeníssima amostra do que foi a grandiosa manifestação de 11 de fevereiro.

A LUTA CONTINUARÁ

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

11 de FEVEREIRO


Vamos fazer do TERREIRO DO PAÇO, a  PRAÇA DO POVO

STALINEGRADO

Passam hoje 69 anos sobre a vitória dos SOVIÉTICOS na  BATALHA de STALINEGRADO.
Recebi esta notícia de um camarada e amigo.
Como homenagem a um POVO que perdeu milhões de vidas nesta batalha contra o monstro nazi, POVO CORAJOSO E CONFIANTE NUM MUNDO NOVO ,deixo aqui esta CARTA A STALINEGRDADO DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 
Stalingrado...
Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade
dilata os seus peitos, Stalingrado,
seus peitos que estalam e caem,
enquanto outros, vingadores, se elevam.

A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo
que nós, na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.

Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.
Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto)
estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada
e ao coração que duvida.

Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta,
aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.

Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,
ó minha louca Stalingrado!

A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate,
e vence.

As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades, que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga.
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.